domingo, 26 de agosto de 2012


Ao aproximarem-se do Estreito de Magalhães, os conflitos a bordo se agravaram. Em uma resolução drástica, Drake acusou Doughty de incitar o motim, e o condenou à execução. Em um discurso caloroso após a execução, Drake afirmou: “este é o fim de todos os traidores”. Além da morte de Doughty, o corsário decidiu também deixar a flotilha mais “leve” e afundou um de seus navios. O episódio pôs fim aos conflitos a bordo, e colocou todos os homens sob obediência a Drake. Após o acontecimento, o capitão renomeou sua embarcação para “The Golden Hind” (“A Corsa Dourada”), marcando um novo início para a expedição.
Atravessando o temível Estreito de MagalhãesUma nova tempestade quebrou a tranqüilidade a bordo e afundou uma embarcação próximo à costa do Brasil. Após um longo esforço, os navios restantes conseguiram se salvar e prosseguir viagem. Em setembro de 1578, a flotilha, agora com apenas três barcos, alcançou o Estreito de Magalhães. A temível travessia foi realizada com velocidade e facilidade surpreendente pelas embarcações. O sabor de vitória logo foi abafado pela realidade das terríveis tempestades do Pacífico. Por dois meses os navios enfrentaram as fortes chuvas, correndo grande perigo pelas péssimas condições de navegação e pela falta de visibilidade, o que aumentava o risco de choque com pedras.


O Estreito de Drake Ao final dos dois meses de chuvas, o navio menor, Marygold, naufragou; o Elizabeth saiu sem maiores estragos e voltou à Inglaterra; e o Golden Hind foi lançado tão longe ao sul, que descobriu que havia uma passagem – uma estreita faixa de oceano – ligando o extremo sul do continente americano à Península Antártica, e após essa passagem, havia mar aberto. A passagem, que recebeu o nome de Estreito de Drake, é considerada até hoje um dos locais de mais difícil navegação do planeta.

As tempestades acalmaram e o Golden Hind finalmente conseguiu velejar para o norte pelo Pacífico Sul, até as águas tranqüilas da Espanha. Após esse começo conturbado, as coisas se acalmaram e Drake pode navegar tranqüilamente por mais de cinco meses, abatendo e tomando os navios espanhóis e suas valiosas cargas. O Golden Hind deixou as águas espanholas em abril de 1579, deixando seus prisioneiros (inclusive o navegador português) em terra firme.

Na América do Norte
Velejando em direção ao oeste e depois ao norte, o Golden Hind atingiu a Califórnia em 1579, em uma região que Drake batizou de Nova Albion. O capitão e sua tripulação ficaram na região por cinco semanas, fazendo reparos na embarcação e aproveitando o contato pacífico com os índios. Drake decidiu então deixar a América e atingir o vasto Pacífico. Assm alcançou o arquipélago da Indonésia, estabelecendo promissores contatos comerciais e alianças políticas. A dificuldade em encontrar uma rota através das ilhas muito próximas fez com que a jornada do Golden Hind terminasse em janeiro de 1580, quando a embarcação chocou-se contra um recife. Após dias de desespero, uma mudança de ventos trouxe a salvação: uma embarcação levou comida e água para os tripulantes, e ajudou a desencalhar o navio. Após novos reparos, Drake continuou a velejar para o Oeste, atravessando o Oceano Índico sem incidentes, contornando o Cabo da Boa Esperança e chegando ao Atlântico, subindo pela costa da África e chegando triunfante na Inglaterra no outono de 1580, aproximadamente três anos e 36.000 milhas depois.


De volta à InglaterraNo dia 26 de setembro de 1580, Drake ancorou próximo a Plymouth, mas não aportou. O capitão primeiro perguntou para alguns pescadores locais se a rainha Elizabeth I estava viva. Se a monarca tivesse falecido, o corsário estaria em sérios apuros (provavelmente seria preso e executado), e então fugiria da Inglaterra, levando toda sua preciosa carga. Para seu alívio, os pescadores confirmaram que a rainha estava viva e ainda no trono da Inglaterra. Assim, Drake ancorou próximo a Ilha de Nicholas e esperou que sua esposa e o prefeito de Plymouth lhe trouxessem a garantia de que a rainha o receberia.

Drake foi recebido pela rainha, e presenteou Elizabeth I com ouro, prata e jóias tiradas dos tesouros dos navios espanhóis. O capitão ficou mais de seis horas narrando suas aventuras para a monarca, e também a presenteou com seu diário de viagem e com um mapa do mundo. A rainha ficou lisonjeada com a homenagem e com a conquista de seu súdito, e o recompensou com um prêmio de 10 mil libras. Assim, Drake terminou sua incrível jornada e se tornou o segundo homem a velejar ao redor do mundo.
 












fonte:
http://360graus.terra.com.br/expedicoes/default.asp?did=13935&action=geral

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